30/05/2010

Sem ar

Sou apaixonado pela musica No air, dueto da Jordin Sparcks e do Chris Brown

Como no Brasil tudo vira forró, compare a traduçao da musica e a letra da versão em português pela banda Mala 100 Alça:

Amo Amar Você - Mala 100 Alça
Minha vida sem você disnorteia...
O que faço sem você não sei
Com teus carinhos me apeguei
Vida, o meu mondo não é nada sem você
Você já faz parte de mim,
Meu começo, meio e fim
Contigo eu sonhei
Hoje é tão real nosso amor
Foi Deus quem te trouxe pra mim
Você é minha vida, sim
Ô, meu doce encanto, te amo tanto
Chego a esquecer de mim
Minha vida sem você desnorteia
Os meus dias sem você se vagueiam
Minhass noites sem você se encendeiam
Com teu prazer
Nosso amor é um amor sem fim
Como eu amo meu amor amar você
Em minha vida eu vou sempre querer
O teu prazer
Pra vida enteira
Pra vida enteira
Pra vida enteira
Pra vida enteira

No Air - Sem Ar [Tradução]
Me diga como eu vou respirar sem ar (sem ar)
Oh...

Se eu morrer antes de acordar
Isso foi porque você tirou a minha respiração
Perder você é como viver em um mundo sem ar
Oh...

Eu estou aqui sozinho. Não queria partir
Meu coração não se moverá, está incompleto
Queria que houvesse um jeito que eu pudesse fazer você entender

Mas como você espera que eu Viva sozinha, logo eu
Porque meu mundo gira ao seu redor É tão difícil para eu respirar

[REFRÃO]
Me diga como eu vou respirar sem ar
Não posso viver, não posso respirar sem ar
É assim como eu me sinto quando você não está lá
Não tem ar, sem ar
Pega aqui nesta água, tão profunda
Me diga, como você vai ficar sem mim?
Se você não está aqui, eu não posso respirar
Não tem ar, sem ar...

Sem ar, ar. Oh...
Sem ar, ar. Sem...
Sem ar, ar. Oh..
Sem ar, ar

Eu andei, eu corri. Eu pulei, eu voei
Direto do chão pra flutuar até você
Não há gravidade para me segurar
Sinceramente

Mas de alguma maneira eu ainda estou viva por dentro
Você levou minha respiração, mas eu sobrevivi
Eu não sei como. Mas eu nem me importo

Mas como você espera que eu
Viva sozinha, apenas comigo mesma
Porque meu mundo gira em torno de você
É tão difícil para eu respirar

29/05/2010

Arthur Bispo do Rosário


Natural de Japaratuba-Sergipe, Arthur Bispo do Rosário é descendente de escravos africanos, foi marinheiro na juventude, vindo a tornar-se empregado de uma tradicional família carioca.
Na noite 22 de Dezembro de 1938, despertou com alucinações que o conduziram ao patrão, o advogado Humberto Magalhães Leoni, a quem disse que iria se apresentar à Igreja da Candelária. Depois de peregrinar pela rua Primeiro de Março e por várias igrejas do então Distrito Federal, terminou subindo ao Mosteiro de São Bento, onde anunciou a um grupo de monges que era um enviado de Deus, encarregado de julgar aos vivos e aos mortos. Dois dias depois foi detido e fichado pela polícia como negro, sem documentos e indigente, e conduzido ao Hospício Pedro II (o hospício da Praia Vermelha), primeira instituição oficial desse tipo no país, inaugurada em 1852, onde anos antes havia sido internado o escritor Lima Barreto (1881-1922).

Um mês após a sua internação, foi transferido para a Colônia Juliano Moreira, localizada no subúrbio de Jacarepaguá, sob o diagnóstico de "esquizofrênico-paranóico". Aqui recebeu o número de paciente 01662, e permaneceu por mais de 50 anos.
Em determinado momento, Bispo do Rosário passou a produzir objetos com diversos tipos de materiais oriundos do lixo e da sucata que, após a sua descoberta, seriam classificados como arte vanguardista e comparados à obra de Marcel Duchamp. Entre os temas, destacam-se navios (tema recorrente devido à sua relação com a Marinha na juventude), estandartes, faixas de mísses e objetos domésticos. A sua obra mais conhecida é o Manto da Apresentação, que Bispo deveria vestir no dia do Juízo Final. Com eles, Bispo pretendia marcar a passagem de Deus na Terra.

Os objetos recolhidos dos restos da sociedade de consumo foram reutilizados como forma de registrar o cotidiano dos indivíduos, preparados com preocupações estéticas, onde se percebem características dos conceitos das vanguardas artísticas e das produções elaboradas a partir de 1960.
Utilizava a palavra como elemento pulsante. Ao recorrer a essa linguagem manipula signos e brinca com a construção de discursos, fragmenta a comunicação em códigos privados.
Inserido em um contexto excludente, Bispo driblava as instituições todo tempo. A instituição manicomial se recusando a receber tratamentos médicos e dela retirando subsídios para elaborar sua obra, e Museus, quando sendo marginalizado e excluído é consagrado como referência da Arte Contemporânea brasileira.


"Cada louco é guiado por um cadáver. O louco só fica bom quando se vê livre desse morto". - Arthur Bispo do Rosário

Fontes: Wikipédia, Google

27/05/2010

Paulo leminski

21/05/2010

Inhotim



O Instituto Inhotim é o complexo museológico localizado no distrito de Inhotim, em Brumadinho, MG. O Inhotim é composto por pavilhões distribuídos em um parque ambiental.



Criado em 2004, o Instituto Inhotim tem uma das mais importantes coleções de arte do mundo, com obras de artistas contemporâneos.



No Inhotim é encontrada uma grande variedade de plantas tropicais, em 97 ha de jardins, parte deles criada por Burle Marx.



O Instituto Inhotim incentiva atividades nas áreas sociocultural e ambiental.



Acesse a galeria de fotos do museu clicando AQUI



Acesse o blog do museu clicando AQUI



Twitter: @inhotim.

05/05/2010

O poema roubado

No dia em que se completam 16 anos da morte de Mario Quintana, resolvemos fazer uma homenagem bem descontraída em nosso BLOG. Para isso, separamos um trecho do programa Palavra de escritor, com Claudia Tajes.
A autora de "Dez quase amores", "Só as mulheres e as baratas sobreviverão", entre outros, conta, de um jeito super divertido, que quando era criança, Mario escreveu um poema só para ela. Claudia recita os versos exclusivos e fala que, ao levar o presente do poeta para a escola, a professora o pegou e nunca mais devolveu. “Dona Didia, se vocês estiver ouvindo, devolva o meu poema” diz a escritora.


Fonte: LPM Blog

03/05/2010

O dia em que traduzi Renato Russo - Millôr Fernandes

Meu cartaz aumentou muito com a galera da faixa etária entre 15 e 20 anos, depois que Renato Russo me citou duas vezes em seus shows, como guru não sei de quê. Não muito tempo depois, José Costa Netto, meu advogado e agente de direitos autorais, me telefonou dizendo que Russo queria que eu ― profissionalmente ― traduzisse um poema (musical) dele. Recusei, achando que fosse tradução do português pro inglês. Não acredito em quem faz traduções pra outra língua que não a sua. (Viva o Povo Brasileiro, de João Ubaldo, tradução pro inglês feita por ele mesmo, tradução que não li, mas me dizem excelente, é exceção. Mas com maluco não só não se discute como é melhor não estabelecer regras).

De pura curiosidade pedi pra ler o poema. Minha estranheza foi enorme ― o poema, dedicado a um grande amigo dele, Cazuza, era denso, misterioso, cheio de sub-intenções, e em excelente inglês. Como uma pessoa que escrevia inglês assim me pedia para fazer a tradução? De qualquer forma topei traduzir, depois que o agente combinou o preço, altamente profissional. Altamente profissional, também, Renato Russo não hesitou diante do preço, bem, os da Legião Urbana não sabiam se o último show deles tinha 10 ou 60.000 espectadores.

Traduzir o poema era tarefa delicada, a começar pelo título "Feed-back for a dying young man". Qualquer tradutor desprevenido não perceberia que feed-back aí era um jogo de palavras entre o retorno emocional que o poeta fazia, com o retorno musical comum na música grupal ― quando um músico "solicita" a resposta do outro, tipo jam session. A palavra podendo significar ainda retorno de som, aquele que dá microfonia. E seria lamentável traduzir dying por moribundo, palavra que indica instantes finais e soturnos, e não, como alguém à morte, morte esperada mas sem tempo definido pra chegar, a palavra conservando ainda o lastro romântico das damas das camélias.

Porém, traduzido o poema, sendo o poema audacioso e seu autor vivo, entrei em contato com ele para aprovação. Renato não corrigiu uma palavra. Apenas, aqui e ali, murmurava, perplexo e escandalizado: "Deus, do céu, eu escrevi isso?", confirmando a minha tese de que não há bilingue. Só quando ouviu em sua própria língua o que tinha escrito em inglês, Renato percebeu a audácia do que dizia. Do lado de cá o surpreendido era eu. Com toda razão tendo opinião não muito lisonjeira a respeito do nível intelectual da maioria dos roqueiros, fui ficando admirado com a sutileza e justeza das observações de Renato e da perfeição com que ele citava coisas em inglês ― incluindo Shakespeare. Seu inglês era, definitivamente, melhor do que o meu. Até hoje não entendi por que me pediu a tradução. O poema foi incluído num de seus últimos CDs.

"Feedback song for a dying friend"
(Dado Villa-Lobos/ Renato Russo/ Marcelo Bonfá) © 1985

Soothe the young man's sweating forehead
Touch the naked stem held hidden there
Safe in such dark hayseed wired nest
Then his light brown eyes are quick
Once touch is what he thought was grip
This not his hands those there but mine
And safe, my hands do seek to gain
All knowledge of my master's manly rain
The scented taste that stills my tongue
Is wrong that is set but not undone
His fiery eyes can slash my savage skin
And force all seriousness away
He wades in close waters
Deep sleep alters his senses
I must obey my only rival ―
He will command our twin revival:
The same
Insane
Sustain
Again
(The two of us so close to our own hearts)
I silenced and wrote
This is awe
Of the coincidence

"Canção retorno para um amigo à morte"

Alisa a testa suada do rapaz
Toca o talo nu ali escondido
Protegido nesse ninho farpado sombrio da semente
Então seus olhos castanhos ficam vivos
Antes afago pensava ele era domínio
Essas aí não são suas mãos são as minhas
E seguras, minhas mãos buscam se impor
Todo conhecimento do jorro viril do meu senhor
O gosto perfumado que retém minha língua
É engano instalado e não desfeito
Seus olhos chispantes podem retalhar minha pele bárbara
Forçar toda gravidade a ir embora
Ele vadeia em águas fechadas
Sono profundo altera seus sentidos
A meu único rival eu devo obedecer
Vai comandar nosso duplo renascer:
O mesmo
Insano
Sustenta
Outra vez.
(os dois juntos junto de nossos próprios corações)
Calei e escrevi
Isto em reverência
Pela coincidência

Nota do Editor
Texto "descoberto" pelo nosso Colunista Diogo Salles e gentilmente cedido pelo autor. Reproduzido aqui como homenagem aos 50 anos de nascimento de Renato Russo, e também lembrando os 20 anos da morte de Cazuza. Clique AQUI para ler o artigo na íntegra.