25/08/2009

O forró atual - Ariano Suassuna

Tem rapariga Aí? Se tem, levante a mão!'. A maioria, as moças, levanta a mão... Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, de todas bandas do gênero). As outras são 'gaia', 'cabaré', e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.

Para uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do Forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.

Porém os culpados desta 'esculhambação' não são exatamente as bandas, ou os empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando-se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de 'forró', parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde.

Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo...

Aqui o que se autodenomina 'forró estilizado' continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem 'rapariga na platéia', alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é 'É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!', alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.
Ariano Suassuna

Este texto encontrei no blog "O sertão vai virar mundo" de Déa Trancoso:
osertaovaivirarmundo.blogspot.com

24/08/2009

Be Sure to Wear Flowers in Your Hair

Adoro a música de Scott McKenzie - San Francisco, de 1967, pra mim ela tem a cara dos hippies.

A letra fala do pacifismo, da nova visão que se quer do mundo:

"Nas ruas de São Francisco
Gente pacífica
(Andam) com flores nos cabelos
Por toda a nação
Uma estranha vibração
Pessoas em movimento
Há toda uma geração
Com uma nova explicação"

Os "hippies" (no singular, hippie) eram parte do que se convencionou chamar movimento de contracultura dos anos 60tendo relativa queda de popularidade nos anos70 nos EUA, embora o movimento tenha tido muita força em países como o Brasil somente na década de 70. Uma das frases ideomáticas associada a este movimento foi a célebre máxima "Paz e Amor" (em inglês "Peace and Love") que precedeu á expressão "Ban the Bomb" , a qual criticava o uso de armas nucleares.
As questões ambientais, a prática de nudismo, e a emancipação sexual eram ideias respeitadas recorrentemente por estas comunidades. Adotavam um modo de vida comunitário, tendendo a uma espécie de socialismo-anarquista ou estilo de vida nômade e à vida em comunhão com a natureza, negavam o nacionalismo e a Guerra do Vietnã , bem como todas as guerras, abraçavam aspectos de religiões como o budismo, hinduismo, e/ou as religiões das culturas nativas norte-americanas e estavam em desacordo com valores tradicionais daclasse média americana e das economias capitalistas e totalitárias. Eles enxergavam o patriarcalismo, o militarismo, o poder governamental, as corporações industriais, a massificação, o capitalismo, o autoritarismo e os valores sociais tradicionais como parte de uma "instituição" única, e que não tinha legitimidade.

Fonte: wikipedia.org

23/08/2009

Enya - Its In The Rain

A um bom tempo gosto de ouvir essa cantora... melodias mágicas... as vezes inglês, as vezes gaélico... as vezes apenas o vocal acompanhando a melodia.
O clipe não é novo, mas nunca enjôo de ver... parece que me transporto pra outra dimensão ao vê-la transformar o infinito branco.






It's in The Rain -

Está na Chuva



Every timeToda vez
the rain comes down, Que a chuva cai
close my eyes and listen. Eu fecho meus olhos e escuto.
I can hear the lonesome sound Sou capaz de ouvir o som solitário
of the sky as it cries. Do céu enquanto ele chora.


Listen to the rainEscute a chuva
Here it comes again Aqui está ela novamente
Hear it in the rain Ouça isto (o choro) na chuva.


Feel the touchSinta o toque
of tears that fall Das gotas que caem
-they won't fall forever Elas não vão cair pra sempre
In the way the day will flow Da (mesma) maneira que o dia flui
all things come, Todas as coisas vêm,
all things go. Todas as coisas vão.


Listen to the rainEscute a chuva
...the rain... ...a chuva...
Here it comes again... Aqui está ela novamente
...again.... ...novamente...
Hear it in the rain Ouça isto (o choro) na chuva.
... the rain... ... a chuva...


Late at nightTarde da noite
I drift away - Eu fico a deriva –
I can hear you calling, Consigo ouvir você chamando
and my name E o meu nome
is in the rain, Está na chuva
leaves on trees whispering, Folhas em árvores sussurrantes
deep blue sea's mysteries. Mistérios de profundos mares azuis.


Even whenAté quando
this moment ends, esse momento termina,
can't let go this feeling. não consigo me livrar dessa sensação
Everything Tudo
will come again Vai voltar outra vez
in the sound, No som,
falling down, Caindo,
of the sky as it cries. Do céu enquanto ele chora
Hear my name in the rain. Escute o meu nome na chuva.

22/08/2009

Eu, meu pai e Roberto


Dias atrás, um amigo no orkut postou fotos de alguns CDs que ele gosta, nisto eu vi um, Roberto Carlos ( um LP de 1971 ).
Não sou tão fã assim do "rei"... mas faz parte da minha memória afetiva.
Me lembrei de tentar convencer meu pai a deixar eu usar a "vitrola" que ele morria de ciumes, depois de muita recomendação, e alguns espirros por causa do pó e de tudo limpo começo a tocar... CD não tem a mesma graça ( ou nostalgia, sei la...)
Detalhes , Como Dois E Dois , A Namorada, Você Não Sabe O Que Vai Perder, Traumas, Eu Só Tenho Um Caminho, Todos Estão Surdos, Debaixo
Dos Caracóis Dos Seus Cabelos, Se Eu Partir, I Love You, de Tanto Amor, Amada, Amante... ouvia eu com atenção, isso eu devia ter meus 12, 13 anos... o legal disso tudo era meu pai, sentado na cama, me olhando desconfiado e volta e meia dando palpites e eu ali maravilhado.
Motivado pela lembrança do LP, baixo a música Todos estão surdos... ao toca-la, meu pai fala de longe - Mas ta limpinho o som... era o inicio de uma longa conversa... explicando que tinha baixado... agora era ele que se maravilhava, pedindo pra eu conseguir pra ele L'ultima Cosa e O homem, que ele fez questão de esperar pacientemente enquanto contava curiosidades e explicava pela milésima vez por que ele era o "rei".
Segue um trechinho de Todos estão surdo:

Desde o começo do mundo
Que o homem sonha com a paz
Ela está dentro dele mesmo
Ele tem a paz e não sabe
É só fechar os olhos e olhar pra dentro de si mesmo

Tanta gente se esqueceu
Que a verdade não mudou
Quando a paz foi ensinada
Pouca gente escutou
Meu Amigo volte logo
Venha ensinar meu povo
O amor é importante
Vem dizer tudo de novo...


13/08/2009

Palíndromos

Um palíndromo é uma palavra, frase ou qualquer outra sequência de unidades que tenha a propriedade de poder ser lida tanto da direita para a esquerda como da esquerda para a direita. Num palíndromo, normalmente são desconsiderados os sinais ortográficos, assim como o espaços entre palavras.

A palavra "palíndromo" vem das palavras gregas palin ("para trás") e dromos ("corrida, pista").

Frases:

Me vê se a panela da moça é de aço, Madalena Paes, e vem;

Luza Rocelina, a namorada do Manuel, leu na Moda da Romana: anil é cor azul;

Socorram-me, subi no ônibus em Marrocos;

Oto Come Mocotó ou Oto come doce seco de mocotó;

Lá vou eu em meu eu oval;

Acorde Pedroca;

Poema:

Rã, poesia, ais e o par

Lá, neve. Lá... neve; é venal... é venal!
Lá, moa osso ao mal...
A chama ama chá...

Só corpos, socos...
Socor..! Posso?
Osso pro cós, só pro cós!

O acho ao chão
E, lave... a vala, lava e... vale?
Armas são sãs? O assam: rã?
E topo rapar a rã para rapar o pote
Armas são sãs? O assam: rã?
E, lave a vala; lã vã e... vale!
O acho ao chão

Só corpos? Socos?...
Só cor... Posso.
Osso pro cós, só pro cós!

A chama ama chá?
Lá... Moa-os! – soa o mal...
Lã, neve, lã, neve: é venal, é venal...

[Pedro Paulo Garcia]

06/08/2009

Prêmio Culturas Populares 2009

Prêmio Culturas Populares 2009 – Edição Mestra Dona Izabel, Artesã Ceramista do Vale do Jequitinhonha – Inscrições até 28 de agosto
O Ministério da Cultura, por meio da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural, divulgou o lançamento do Prêmio Culturas Populares 2009 - Edição Mestra Dona Izabel, Artesã Ceramista do Vale do Jequitinhonha. As inscrições estarão abertas até 28 de agosto. Ao todo, serão contempladas 195 iniciativas, que receberão prêmios no valor de R$ 10 mil. A premiação será dividida em duas categorias: Mestres e Mestras dos Saberes; e Fazeres e Grupos e Comunidades Tradicionais. Este é o quarto edital lançado pelo MinC para destacar trabalhos relacionados às manifestações da cultura popular no país.
Confira o Edital do Prêmio Culturas Populares 2009.

04/08/2009

Broken Strings - Cordas Partidas

Deixe-me abraçá-lo
Pela última vez
É a última chance de sentir de novo
Mas você me machucou
Agora eu não posso sentir nada

Quando eu te amo
Isso é tão falso
Eu não consigo nem convencer a mim mesma
Quando estou falando
É a voz de outra pessoa

isso me deixa pra baixo
Eu tentei continuar em frente, mas isso dói muito
Eu tentei perdoar, mas isso não é suficiente
Para tornar tudo bem

Você não pode tocar em cordas rompidas
Você não pode sentir coisa alguma
Que seu coração não queira sentir
Eu não posso te dizer uma coisa que não é real

a verdade dói
E mentiras mais ainda
Como eu posso te dar algo mais ?
Quando eu te amo um pouco menos do que antes

o que estamos fazendo?
Estamos nos transformando em pó
Brincando de casinha em ruínas de nós

Correndo de volta para o fogo
Quando não há mais ninguém para salvar
É como perseguir o último trem
Quando é tarde demais
Tarde demais


isso me deixa pra baixo
Eu tentei continuar em frente, mas isso dói muito
Eu tentei perdoar, mas isso não é suficiente
Para tornar tudo bem

Você não pode brincar com laços rompidos
Você não pode sentir coisa alguma
Que seu coração não queira sentir
Eu não posso te dizer uma coisa que não é real

a verdade dói
E mentiras mais ainda
Como eu posso te dar algo mais ?
Quando eu te amo um pouco menos do que antes

Mas estamos correndo de volta para o fogo
Quando não há mais nada a salvar
É como perseguir o último trem
Quando nós dois sabemos que é tarde demais
Tarde demais

Você não pode brincar com laços rompidos
Você pode não sentir nada
Que seu coração não quer sentir
Eu não posso te dizer uma coisa que não seja real

a verdade dói
E mentiras mais ainda
Como eu posso te dar algo mais
Quando eu te amo um pouco menos que antes
você sabe que eu te amo um pouco menos que antes

Deixe-me abraçá-lo pela última vez
É a última chance de sentir de novo.
[James Morrison ft Nelly Furtado]